Infográfico representando o aumento do IOF em transações internacionais com plataformas digitais como Wise e Nomad

Aumento do IOF para 3,5% em Transações Internacionais: Impactos para Usuários de Wise, Nomad e Corretoras Digitais

Entenda a Nova Política de IOF e Como Ela Afeta Seu Dinheiro no Exterior

O aumento do IOF para 3,5% em remessas internacionais trouxe impactos diretos para plataformas como Wise, Nomad e corretoras digitais. A medida surpreendeu milhares de brasileiros que usam esses serviços para enviar dinheiro ao exterior, investir ou pagar estudos. Neste artigo, explicamos o que muda, como se adaptar e como economizar mesmo com o novo cenário tributário

Em maio de 2025, o governo brasileiro anunciou uma mudança significativa na cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para transações internacionais. A alíquota de 1,1%, que era aplicada em transferências para contas de mesma titularidade no exterior realizadas por plataformas como Wise e Nomad, foi elevada para 3,5%.

A nova medida gerou repercussão imediata no mercado financeiro e entre usuários dessas plataformas, que utilizam os serviços para remessas de dinheiro ao exterior, investimentos e viagens internacionais. Neste artigo, vamos explorar em detalhes as motivações do governo, os impactos econômicos, as reações das empresas e o que os brasileiros precisam considerar daqui para frente.


IOF 3,5% remessas internacionais: Motivação Governamental: Equalização e Arrecadação

O Ministério da Fazenda, sob liderança do ministro Fernando Haddad, justificou a medida como parte de uma estratégia de equalização tributária. A intenção declarada é uniformizar a alíquota do IOF entre diferentes instrumentos de pagamento internacional, como cartão de crédito, cartão pré-pago, remessas bancárias e plataformas digitais.

Anteriormente, havia uma discrepância: o IOF sobre cartão de crédito internacional era de 5,38% (3,5% agora com a nova regra), enquanto remessas via fintechs tinham alíquota de 1,1%. Essa diferença tornava as operações via plataformas digitais mais vantajosas, o que, segundo o governo, gerava uma distorção no mercado.

Além disso, a medida contribui para o aumento da arrecadação federal, especialmente em um momento de desafios fiscais. As transferências internacionais cresceram expressivamente nos últimos anos, impulsionadas pela digitalização dos serviços e pela globalização financeira dos brasileiros.


IOF 3,5% remessas internacionais: Quem Será Mais Impactado?

Usuários de Plataformas como Wise, Nomad e C6 Global

Milhares de brasileiros utilizam serviços como Wise (antiga TransferWise), Nomad, Inter Global e C6 Global para enviar dinheiro ao exterior. Esses serviços são populares por oferecerem taxas de câmbio mais vantajosas que os bancos tradicionais e cartões de crédito.

Com a nova alíquota de IOF, as operações de envio para contas em nome próprio no exterior passaram a ser tributadas em 3,5%, encarecendo a operação. Isso representa um aumento direto de custo para o usuário final, o que pode inviabilizar o uso em casos frequentes ou de menor valor.

Estudantes, Investidores e Viajantes

Estudantes brasileiros que vivem no exterior e recebem suporte financeiro de seus familiares são diretamente afetados. O aumento de 2,4 pontos percentuais no IOF encarece a manutenção mensal.

Investidores que transferem dinheiro para corretoras internacionais, como Charles Schwab, Interactive Brokers ou para contas de investimento em dólar, também precisam recalcular seus custos, pois as remessas agora ficam mais caras.

Viajantes que usam cartões internacionais também sofrem com o novo cenário. Apesar do IOF já ser tradicionalmente alto nesses meios, a uniformização significa que não há mais tanta diferença entre métodos de pagamento.


IOF 3,5% remessas internacionais: Reação das Fintechs: Adaptação e Transparência

Wise

A Wise foi uma das primeiras a se pronunciar. Em comunicado oficial, afirmou que, como instituição financeira regulada, precisa seguir as normas estabelecidas pelo governo. Disse ainda que continua comprometida com a transparência, e que os custos totais das operações seguirão sendo exibidos com clareza no aplicativo e site.

Nomad

A Nomad reforçou seu compromisso com a democratização do acesso ao mercado financeiro global. Admitiu que a nova alíquota pode desestimular alguns usuários no curto prazo, mas garantiu que continuará investindo em educação financeira e benefícios para clientes, como cashback e isenção de tarifas em determinados limites.

C6 Bank e Inter

Essas instituições, que também oferecem contas internacionais com cartão, informaram que a mudança do IOF afeta diretamente suas operações de câmbio. Ambas estudam formas de mitigar o impacto para os clientes, inclusive revendo políticas de cashback, tarifas e limite de isenção.


IOF 3,5% remessas internacionais: Alternativas e Estratégias para Reduzir Custos

Com o novo cenário, o consumidor deve redobrar a atenção. Confira algumas estratégias para mitigar o impacto do aumento do IOF:

  • Planejar com Antecedência: Faça câmbio em momentos de baixa da cotação e evite deixar para a última hora.

  • Comparar Plataformas: Use comparadores para verificar spreads, tarifas e tempo de transferência.

  • Evitar Cartões de Crédito em Viagens: Eles ainda possuem IOF e spread mais altos. Prefira cartão de débito internacional ou moeda em espécie.

  • Concentrar Transferências: Em vez de várias pequenas remessas, concentre o valor em menos operações para reduzir o impacto proporcional do IOF.

  • Investir Localmente: Para quem pretende investir, pode ser o momento de avaliar oportunidades no Brasil com isenção de IOF e taxas mais atrativas.


IOF 3,5% remessas internacionais: Como Ficam as Outras Operações com Moeda Estrangeira?

Veja a nova tabela com as principais operações e suas respectivas alíquotas de IOF após a mudança:

Tipo de operaçãoIOF AnteriorIOF Atual
Cartão de crédito internacional5,38%3,5%
Cartão de débito ou pré-pago internacional6,38%3,5%
Compra de moeda em espécie1,1%3,5%
Remessa para conta própria no exterior via corretoras1,1%3,5%
Remessa para pagamento de serviços no exterior0,38%0,38%
Transferência para conta de terceiros no exterior0,38%0,38%
Remessa para investimento internacional0,38%1,1%

IOF 3,5% remessas internacionais: O Que Esperar para o Futuro?

O aumento do IOF deve ter efeitos imediatos sobre o volume de operações via plataformas internacionais. Especialistas projetam uma desaceleração temporária nos envios, especialmente por usuários menos frequentes ou que operam com valores menores.

No entanto, a tendência de internacionalização dos brasileiros não deve ser revertida. A busca por diversificação patrimonial, proteção cambial e investimentos em ativos globais continuará.

Além disso, há expectativa de que o governo reveja futuramente a política de IOF, já que existe um compromisso firmado com a OCDE para zerar esse imposto até 2029. O caminho é gradual, mas o debate sobre a carga tributária das operações internacionais está longe de acabar.


Conclusão: Nova Realidade Exige Inteligência Financeira

Diante do recente aumento do IOF para 3,5% em operações internacionais, surge um novo e importante desafio para quem movimenta dinheiro fora do país. Por um lado, esse reajuste representa um custo extra nas transações. Por outro, ele destaca ainda mais a necessidade de um planejamento financeiro eficaz, da compreensão aprofundada sobre as diferentes opções de câmbio e, acima de tudo, do uso estratégico e consciente das ferramentas disponíveis no mercado.

Ainda assim, plataformas como Wise, Nomad e diversas corretoras digitais continuam sendo alternativas válidas e atraentes. Contudo, é fundamental que o usuário entenda claramente os encargos e tributos envolvidos em cada operação. Dessa forma, o consumidor que busca se informar e se preparar adequadamente tem maiores chances de proteger seu patrimônio. Além disso, pode seguir explorando o universo das finanças globais com mais segurança, eficiência e responsabilidade.

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